Eu escutava cada palavra e sentia o corpo tremer: de medo, de desejo, de felicidade. Você me dizia palavras de paixão, e eu acreditava nelas. Mas ao mesmo tempo olhava nos seus olhos e sabia de tudo, descobria tudo. Olhava nos seus olhos e entendia que, por mais que viesse a me amar um dia, jamais nos amaríamos da mesma maneira. Sabia desde o início, que o meu amor seria sempre mais forte do que o seu, e com isso também que era grande o sofrimento que me aguardava. (...) Era uma alegria grande, imensa, gigantesca, mal cabia no meu corpo pequeno. Mas era uma alegria misturada com uma dor antecipada, como se eu previsse o nosso futuro e percebesse no seu olhar toda a felicidade e toda a tristeza que me aguardavam.